sexta-feira, 6 de abril de 2012

PARA MUITOS A POBREZA É CONVENIENTE

Não faz muito tempo assisti um filme cujo tema se referia aos momentos seguintes ao fim da Segunda Guerra, na Alemanha. A atriz principal no papel de prostituta, num determinado diálogo para justificar a sua profissão, dizia o seguinte: A guerra é conveniente, pois em nome dela pode-se cometer todos os desatinos, e todos, podem ser justificados. Assim é o que sinto em relação à pobreza no Brasil recente. Em nome na miséria pode se cometer os maiores desatinos, as maiores barbaridades, sem que os perpetradores se sintam, de alguma forma, responsabilizados.
Isso vai desde aqueles que estão nessa condição, pobreza, até os que atuam em nome dela prometendo erradicá-la. No segundo caso estão alguns políticos cuja campanha eleitoral, de quatro em quatro anos, sempre se refere ao mesmo tema. Ou seja, lutar para acabar com a pobreza e a miséria. Pelo que se tem notado, as campanhas têm sido exitosa quando se trata de acabar com a pobreza dos próprios. Conheço algumas figuras políticas que, no inicio da vida pública, andavam de bicicleta ou mesmo a pé, com uma mochila nas costas cheia de panfletos e hoje estão ricos, muito ricos à custa do erário. E os pobres? Ah, esses continuam pobres e elegendo os mesmo picaretas de sempre.
Acontece que a pobreza não é uma condição estática, ela é decorrente de situações momentâneas e não pode ser justificativa para o cometimento de crimes, como muitos querem passar essa idéia distorcida. Já ouvi tolices tais como: se um jovem pobre rouba um tênis de marca é porque não tem condições de comprá-lo. E assim por diante. As ruas estão entupidas desse tipo de delinqüente; delinqüente coitadinho! Pode ser coitadinho, mas a pistola que usou para assaltar, com certeza teria, em tese, o valor de dez ou mais pares do tênis que roubou, com o custo da vida da vítima, em muitos casos.
Outros delinqüentes mais qualificados e ricos, não assaltam nas ruas, não roubam tênis, não roubam saquinhos de biscoitos nos supermercados; não roubam galinhas. Esses roubam em outras esferas. Roubam nas licitações públicas superfaturadas. E ainda podem obter o beneplácito da sociedade de que roubam, sim, mas faz. Assim sendo, tanto a guerra como a pobreza, duas desgraças da humanidade, podem servir a propósitos semelhantes. Mas, na realidade nua e crua, tanto é ladrão aquele que roubou um tênis quanto o que fraudou uma licitação. E ponto final.

Nenhum comentário :

Postar um comentário