segunda-feira, 2 de março de 2015

SILÊNCIO CONSTRANGEDOR



Por:  Jailson S. Dantas

Não faz muito tempo( junho 2013) vimos surgir vários movimentos de indignados que ocuparam as ruas pelo Brasil afora para reivindicar, principalmente a redução do aumento dos preços das passagens dos transportes públicos e contra a corrupção que campeava de forma descontrolada. O resultado desses movimentos foi nefasto, tal a violência que tomou conta dos protestos, com o surgimento de uma modalidade de violência até então desconhecida em nosso meio, com os chamados Bleck Blokrs, isto é, vândalos encapuzados que saiam às ruas intimidando, quebrando, incendiando tudo que encontravam pela frente.
Essa cambada de delinqüentes, composta de seqüestradores da ordem pública, elegeu a Polícia Militar como alvo a ser destruído e, pasmem: encontrou apoio em vários setores da sociedade dita intelectual, e de parte da imprensa áulica, chapa branca, e passaram a defender sua extinção pura e simplesmente.
O resultado nefando dessa empreitada macabra foi o afastamento daqueles que queriam verdadeiras mudanças na condução dos rumos do País e, resignadas, retornaram às suas "insignificâncias".
A corrupção, que até então se cingia ao caso da Ação Penal 470, alcunhada de mensalão, como ficou conhecido popularmente o escândalo de compra de votos por parte do governo, para conseguir tocar os seus projetos no Congresso Nacional, de modo particular na Câmara dos Deputados, findou por revelar um grande projeto de poder do PT.
Tudo levava a crer que o Brasil, dessa vez, iria ser passado a limpo sob o auspício do ministro do STF Joaquim Barbosa. Mas, que nada, mesmo durante o desenrolar do julgamento, seguia em marcha outro escândalo ainda maior e mais audacioso que o mensalão. Esse escândalo veio atingir a maior empresa brasileira, a que mais nos dá orgulho, a Petrobras, fundada em 1953, pelo ex-presidente da República Getúlio Vargas, que um ano depois pôs fim à vida dando um tiro no peito. Assim entrou para a história, como ele havia planejado devido o "mar de lama" que campeava no seu governo. Por ironia do destino, o Brasil passa por um momento semelhante, principalmente no quesito corrupção.
Esse escândalo, apelidado com muita propriedade de petrolão, consiste em desviar dinheiro dos cofres da Petrobras para partidos políticos. Descoberto pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, indica que o partido que comanda o governo atualmente seria o maior beneficiário, e a investigação está em andamento. Segundo um dos empregados, Pedro Barusco, somente para o Partido dos Trabalhadores (PT) teria sido repassados 200 milhões de dólares. Não é pouco dinheiro, não.
Mas o que se quer com esses argumentos não é relatar os casos simplesmente, mesmo porque já está bem noticiado pelos meios de comunicação, ainda livres, e sim, chamar a atenção para o silêncio que se abate sobre parcela da sociedade, sabotada pela ação dos vândalos. Não a mesma que foi às ruas por míseros R$ 0,20 (vinte centavos). Que sociedade é essa? Que País é esse?  
O ministro Joaquim Barbosa, devido às ameaças que sofreu, pediu aposentadoria. Não se viu nenhum meneio de cabeça, nenhuma linha foi escrita em sua defesa, por quaisquer entidades representativas da sociedade. Ao contrário, entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que um dia defendeu os direitos individuais e a Democracia, fez ao contrario, e o ameaçou até mesmo de não conceder-lhe o registro na Ordem. Já para um dos condenados, José Dirceu, foi diligente, concedendo-lhe o registro que antes negara a Joaquim Barbosa.
 E o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, segundo a Revista Época, em publicação recente, teria recebido honorários indevidos, numa ação que sequer havia participado e por isso fora alvo de investigação por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação teria resultado em indenização de R$ 400 milhões em desfavor do governo do Piauí e em favor do Sindicato dos Professores daquele Estado. É essa gente que manda do Brasil atualmente.
Hoje o ministro aposentado prega no deserto contra a corrupção e os desmandos dos políticos e contra as benesses daqueles que condenara.  Muitos dos condenados na Ação 470 já se encontram no recesso dos seus lares, provavelmente cuidando de suas orquídeas, enquanto outros escândalos não chegam. Aliás, segundo fontes insuspeitas, o próximo escândalo está a caminho e envolveria o BNDES, e seria muito mais assustador que o petrolão. Vamos aguardar, então. 
A Igreja Católica, que tem grande responsabilidade nisso tudo que está aí, pois foi quem preparou os líderes que estão hoje no poder, alguns dos presos por corrupção, permaneceu praticando o que apregoa no recesso do confessionário, o silêncio obsequioso, durante todo esse processo. Entretanto agora apareceu, não para condenar com veemência a corrupção que campeia no Brasil, mas para perfilar ao lado do governo. Pelo menos é o que aparenta dando apoio à chamada reforma política, bastante suspeita e de interesse da OAB e PT. A CNBB divulgou uma nota recente pela qual se posiciona contra a corrupção, mas sem aquela ênfase do passado, da opção preferencial pelos pobres. Nunca se viu tanta contradição!
O que chama a atenção, e acentua ainda mais essa contradição da Igreja Católica em relação ao descalabro que atingiu o Brasil nos últimos tempos, é a posição da Pastoral da Juventude, entidade ligada à CNBB, que se regozija em nota recente, de ter participado da reeleição da Dilma Rousseff, que foi “conquistada com muita luta e ação da militância na rua” e defende com unhas e dentes o projeto bolivariano que apelida de "projeto político vencedor que representa de forma mais clara a linha de avanços no campo social e na garantia dos direitos, e o projeto popular na America Latina”.
Com relação às Forças Armadas, estas estão voltadas para seus afazeres diários. Isso não quer dizer que estejam alheias aos acontecimentos. É tempo perdido tentar atraí-las para o centro dessas discussões. Esses são  chamados (sic) “vivandeiras de quartel”, apelido dado pelo  ex-presidente  Castelo Branco, aos que procuravam os militares para intervenções nas questões políticas do passado. Segundo ditado popular, cachorro picado por cobra tem medo de lingüiça. Não é prudente aceitar esse tipo de provocação, que funciona exatamente ao contrário.      
Quanto ao juiz Sérgio Moro, do Paraná, responsável pela investigação do petrolão, ele que se cuide, pois já tentaram desmoralizá-lo varias vezes, assim como tentaram fazer com Joaquim Barbosa, mas felizmente não conseguiram. Há quem afirme que o número de juízes com a coragem desse magistrado não daria, sequer, para lotar uma Kombi. Eu discordo.

Vem sendo anunciado nas redes sociais um movimento popular para o próximo dia 15. Vamos aguardar os acontecimentos. A expectativa é que o silêncio, que a tantos tem incomodado, venha a ser quebrado dessa vez, se é que ainda resta espaço para a indignação de parcela da sociedade ansiosa por mudanças e cansada de ser enganada por falsos profetas.      

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

RESPONSABILIDADE DOS IDOSOS NAS ELEIÇÕES QUE SE APROXIMAM



Tenho presenciado alguns comentários de pessoas acima dos 70 anos que não irão votar nessas eleições que se avizinham, pelo motivo de não serem mais obrigados a irem às urnas para cumprir o dever cívico, ou seja, de exercerem um dos mais nobres direitos garantidos pela Democracia, que é o de escolher livremente os seus representantes para os Parlamentos e Executivos nas três esferas de Poder.Ora, essa atitude não é das mais nobres, pois seria o mesmo que jogar essa enorme responsabilidade nas costas dos mais jovens. Sempre soube e sempre fui orientado para que, em todas às vezes em que me visse em apuros, deveria procurar ajuda com pessoas mais velhas, de cabelos brancos de preferência. Mas,infelizmente,com o passar do tempo, logo descobri que os canalhas também envelhecem, quebrando-se o encanto juvenil e caindo no mundo da realidade nua e crua.Entretanto, apesar dessa realidade, não deixei de acreditar nessa parcela significativa da sociedade,principalmente porque logo estarei fazendo parte desse contingente.  

Quando a intimidade permite, sempre rebato essa assertiva, e entro num debate sobre a questão, sem ter a pretensão de querer mudar as opiniões formadas que, de certo, algum motivo hão de ter tido para terem chegado a tamanha desilusão. Já presenciei pessoas indo à cabine de votação em cadeira de rodas, carregadas no colo, de muleta. Fica difícil compreender como uma pessoa que, no seu estado perfeito de discernimento, de bem com a vida e que até pratica algum tipo de esporte, tenha atitude como essa. A mesma atitude do avestruz que, diante da tempestade iminente, acreditando que ficará protegido, enfia a cabeça na areia,  deixando o resto do corpo ao relento.

Por outro lado, sou obrigado a reconhecer que a política no nosso País vem se deteriorando a passos largos, num galope desenfreado em direção ao abismo. Chego a pensar que esse, provavelmente, seja um dos motivos que os vovôs e vovós se sintam cansados e desenludidos, a ponto de não sentirem a vontade de praticar o sufrágio universal, comparecendo às urnas para dar o seu recado. Segundo o que se noticia, grande parte os idosos, senhores(as) aposentados(as), estão inadimplentes, com o fruto de suas  aposentadorias  comprometido  junto aos bancos, por motivo de terem tomado empréstimos consignados. Aquele empréstimo  cujo desconto é feito na folha de pagamento. 

Cabe aos mais jovens a tarefa de chamar a atenção dos seus entes queridos - já que a Justiça Eleitoral não o faz-, e dizerem da importância que essa eleição tem para as suas vidas. Esses mesmos idosos, cujos netos e até bisnetos estão entrando no mercado de trabalho neste exato momento, deveriam atentar para as dificuldades que o País irá enfrentar a parti das próximas eleições. Principalmente eles, que já sentiram na pele o que significa uma inflação mensal de 82%. Grande parte dos eleitores que irão às urnas no próximo dia 5 de Outubro não conheceram, não vivenciaram esse flagelo que foi a inflação que, agora, já aparece mostrando as suas garras afiadas.   

Não seria demasiado lembrar que as figuras políticas do passado, as mesmas que foram responsáveis diretas pelos mais altos índices de inflação que este País conheceu, são as que pertencem à base do atual governo e, lutam, com unhas e dentes, para permanecerem lá por mais um longo período. Por esses e por outros motivos implícitos, os septuagenários não devem e não  podem deixar de comparecer às urnas no próximo 5 de Outubro, sob pena de passarem para história como omissos, num momento em que o Brasil mais precisou deles.        

          

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

20/08/2014 15h05 - Atualizado em 20/08/2014 17h58

Conselho de Ética da Câmara aprova cassação do deputado André Vargas

Processo de cassação ainda precisa ser aprovado do plenário da Câmara.
Ex-petista é investigado por supostas relações com doleiro Alberto Youssef.

Felipe NériDo G1, em Brasília
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (20) relatório do deputado Júlio Delgado que recomenda a cassação do mandato do deputado André Vargas (sem partido-PR). O parlamentar, que se desfiliou em abril do PT, é investigado no colegiado por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Após a aprovação do relatório, Vargas divulgou nota oficial (leia a íntegra ao final da reportagem) na qual classificou o processo que pede a cassação de seu mandato de açodado e excessivamente politizado. "Todo o processo foi conduzido sem quórum e de forma autoritária, sem permitir o livre exercício da minha defesa. A instrução é nula e procuraremos demonstrar isto na CCJ e no Judiciário", escreveu Vargas no comunicado.
O processo no Conselho de Ética foi motivado por representação protocolada por partidos da oposição. PSDB, DEM e PPS pediram que o colegiado investigasse o motivo de Vargas ter usado um jatinho alugado por Youssef durante uma viagem de férias com a família para o Nordeste. O doleiro é acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos líderes de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Todo o processo foi conduzido sem quórum e de forma autoritária, sem permitir o livre exercício da minha defesa. A instrução é nula e procuraremos demonstrar isto na CCJ e no Judiciário"
André Vargas (sem partido-PR), questionando a decisão do Conselho de Ética
Além da viagem no jatinho fretado por Yousseff, o deputado do Paraná também é suspeito de fazer tráfico de influência em benefício do doleiro. O Conselho de Ética apurou se ele atuou com Youssef para facilitar a assinatura de um contrato entre o laboratório Labogen, empresa controlada pelo doleiro, com o Ministério da Saúde.
Em razão das denúncias, André Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT.
Com o aval do Conselho de Ética, o processo de perda de mandato deverá ser submetido agora à votação no plenário da Casa. No entanto, se Vargas apresentar recurso, o pedido terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir ao plenário.
O advogado do deputado, Michel Saliba, adiantou que recorrerá junto à CCJ para reverter a decisão do conselho. O defensor alega que não foi garantido amplo direito de defesa a Vargas.
Antes de Delgado apresentar seu relatório recomendando a cassação, o colegiado o convidou a fazer a sua defesa em seis ocasiões diferentes. Quando finalmente compareceu ao colegiado, no dia 5 agosto, Vargas disse que só prestaria esclarecimentos sobre as acusações no dia seguinte, depois que fossem ouvidas todas as testemunhas. Porém, os integrantes do Conselho de Ética optaram por votar o parecer do relator naquele mesmo dia.
Para André Vargas perder o mandato, ao menos 257 deputados deverão votar a favor da cassação no plenário principal. A defesa do deputado do Paraná tem prazo de até cinco dias úteis, contados a partir desta quinta, para questionar o resultado da votação no colegiado e solicitar à CCJ a suspensão dos efeitos da decisão do Conselho de Ética.
A sessão
Antes da votação do relatório de Júlio Delgado, a direção do Conselho de Ética anunciou o ingresso de dois novos parlamentares no colegiado.
O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) renunciou a sua vaga no conselho por meio de carta. O comunicado foi lido pouco antes do início da votação do processo de Vargas. O deputado Pastor Eurico (PSB-PE) substituiu Mandetta no conselho.
Também foi anunciada nesta quarta o ingresso do líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), na vaga de suplente reservada ao DEM, que estava desocupada. Os dois novos integrantes do conselho registraram voto favorável à cassação de Vargas.
O defensor de André Vargas afirmou que solicitará a impugnação dos votos dos novos integrantes do Conselho de Ética. Ele criticou o fato de os parlamentares terem sido anunciados como membros do colegiado pouco antes da votação. “Seja qual for o teor do voto deles, eu gostaria de impugnar”, disse Saliba antes da apreciação do relatório.
Júlio Delgado (PSB-MG) rebateu o defensor de Vargas, alegando que a mudança na composição do conselho ocorreu conforme a Constituição e o regimento interno da Câmara. O relator disse que, mesmo sendo anunciados de última hora como integrantes do colegiado, os novos integrantes estavam aptos a votar.
“O deputado Rubens [Bueno], que é do PPS, [partido] autor da representação [que originou a investigação], acompanhou todo o processo e estava ciente e consciente do que estava acontecendo aqui. O deputado [Luiz Henrique] Mandetta, que não podendo estar aqui porque o DEM também era autor da representação, encaminhou a sua renúncia num gesto de demonstração clara que era um ato unilateral […]. E convocamos o Pastor Eurico”, disse Delgado.

O relatório que recomenda a cassação de Vargas foi apresentado por Júlio Delgado no dia 6 de junho, quatro meses após a abertura do processo por quebra de decoro parlamentar. O documento aponta haver "estreita" relação entre Vargas e Youssef, tendo o deputado exercido papel de "protagonismo" no convênio da Labogen com o governo federal.
"O nível de frequência com que eles se falavam mostra que havia relacionamento estreito e íntimo […] que chegava a negócios ilícitos de Youssef, que no contrato da Labogen com o Ministério da Saúde mostram que relação estava no seio da Esplanada dos Ministérios", diz o relatório de Delgado.
Caso a defesa de Vargas conteste na CCJ a aprovação do relatório, o caso poderá ser analisado no colegiado na primeira semana de setembro, quando está previsto novo esforço concentrado de votação na Câmara. Se a CCJ aceitar o recurso, a votação pode ser anulada e uma nova apreciação deve ocorrer no Conselho de Ética. Se a comissão rejeitar o recurso, o caso segue para votação no plenário.
Veja a íntegra da nota oficial divulgada por André Vargas:
Infelizmente, este processo vem sendo conduzido com açodamento e politização excessiva. Todo o processo foi conduzido sem quórum e de forma autoritária, sem permitir o livre exercício da minha defesa. A instrução é nula e procuraremos demonstrar isto na CCJ e no Judiciário. Testemunhas chave não foram ouvidas e nem eu mesmo fui ouvido. E agora, em pleno recesso, convocam uma reunião para apreciar o relatório final, tentando constranger os deputados que estão em plena campanha eleitoral. Não conseguindo o quórum até as 13h, promovem uma manobra antirregimental, incluindo Rubens Bueno como membro. É revoltante. Qual seria o prejuízo de marcar no esforço concentrado? Marcaram para ocupar espaço na mídia e se promover? A pressa é inimiga da legalidade.
Brasília, 20 de agosto de 2014

terça-feira, 19 de agosto de 2014

ACIDENTE AÉREO MISTERIOSO

Depois de longo e tenebroso inverno eis me aqui de retorno para comentar um assunto que está na ordem do dia: a morte prematura do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB). Vou tecer alguns comentários a respeito da onda de boatos e teorias de conspirações das mais variadas matizes, que tomou conta das redes sociais.Muitas teorias é de botar os bofes para fora de tanto ri; outras nem tanto  assim, pois o mundo está cheio de exemplos.

Nós brasileiros temos a mania de transformar assunto sério em galhofa, onde tudo, se tiver uma cervejinha gelada e um batuque, fica tudo beleza pura. Ocorre que a vida, na vera, joga pesado com os incautos e os negligentes. No mesmo dia que a aeronave caiu, à noite, vi pelo Jornal Nacional que a Policia Federal estava enviando para o local uma equipe de quatro peritos para dar incio às investigações. No local em que me encontrava assistindo o jornal havia outras pessoas e logo alguém comentou: mas isso é assunto da Aeronáutica. É verdade, disse, mas ocorre que antes da queda da aeronave há muito o que ser investigado, pois havia naquele voo passageiro que, pelo grau de importância, qualquer coisa que viesse a acontecer com ele seria capaz de mudar o rumo da história recente do Brasil.

Não sou especialista em assuntos policiais, pois especialistas já existem em profusão pelo Brasil afora. Apenas tenho alguma experiência no ramo da Inteligência de Estado, atividade bem próxima a da de policia. Sei, por exemplo, que a partir do momento em que uma autoridade, ou seja um dignitário, como era o caso especifico do candidato inicia suas atividades, imediatamente é acompanhado de equipe de segurança especializada e bem treinada para agir em quaisquer situações.  Seguramente não havia seguranças à bordo naquele fatídico voo.Conforme se revelou posteriormente ao acidente, só se encontravam assessores e fotografo acompanhando Eduardo Campos.

 A segurança, nesses casos, é para evitar quaisquer transtornos à autoridade, não é só no que se refere à atentados, não. A aeronave e demais veículos que estejam à disposição do dignitário, jamais deve ser abandonada pela equipe encarregada da segurança. Existem aqueles que não acreditam e acham que  nada vai acontecer, pois o argumento é: nunca aconteceu, não é agora que vai acontecer. Ledo engando, pois o imponderável está sempre à espreita e, para quem não caiu na real, ainda, o Mundo mudou  e mudou muito.

O que tem de ser investigado e, eu acho que já esta sendo, é toda a trajetória da aeronave, desde a sua última manutenção até o dia do voo, bem como todas as pessoas que, por um motivo ou outro, tiveram acesso à aeronave.

O Mundo esta infestado de malucos e nada deve ser descartado. Há muitos interesses em jogo.Não vamos ficar conjecturando apenas sobre a vida do candidato, sobre a má sorte do brasileiro nessa quadra, mas a realidade é que,  existem  interesses econômicos de todo tipo por detrás de muitas ações que, jamais passaria pela cabeça de alguém de boa fé. Sabe-se, por exemplo, que esse foi o primeiro acidente com  aeronave do tipo. Que segundo se noticiou, fora lançada em 1996 e, essa do acidente, fabricada em 2010. Não vamos ficar vendo chifre em cabeça de cavalo, mas é bom ficar atento, pois muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

BEM-VINDOS DE VOLTA AOS TEMPOS DA GUERRA FRIA

Por Jailson S. Dantas
A detenção do brasileiro David Miranda no aeroporto de Heathrow, na Inglaterra, no último domingo (18), trás de volta os ministérios da Guerra fria, período que inspirou escritores e cineastas e que fez a festa das bilheterias dos cinemas pelo mundo afora. Trata-se do companheiro do jornalista Glenn Greenwald que foi o responsável pela divulgação dos documentos secretos surrupiados da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos da América, pelo traidor Edward Snowden. Sim, Snowden é um traidor da sua pátria. Um herói para os inimigos dos EUA, sem dúvida. Herói também para os que vêem essa questão como uma luta entre Davi e Golias.  Um sujeito fracote, com cara de nerd, que coloca um gigante como os EUA de joelhos, para o deleite dos anti-americanistas de ocasião. Coisa de filme, mesmo.

O jornalista Gleen Greenwald, ao contrario, cumpriu o seu dever de fazer publicar o que achou ser uma notícia relevante para os leitores do jornal para o qual trabalha. Até aí tudo dentro dos conformes como manda a ética jornalística. Entretanto, a partir do momento em que seu companheiro foi detido pela polícia, portando documentos secretos roubados, perdeu a compostura e ameaçou aqueles que-- no seu entender estariam a lhe perseguir-- com mais dados e, desta feita, dados com maior potencial destrutivo.

Um jornalista tem o dever e a obrigação de publicar tudo o que conseguiu levantar durante suas investigações, e não somente publicar aquelas que lhes convier, guardando um tantinho para serem publicadas quando a situação se lhes apresentar mais favorável. Isso não é jornalismo, convenhamos.

Greenwald envolver uma pessoa que não é do meio, pelo menos foi o que deixou transparecer nas suas entrevistas -- sequer era funcionário do jornal The Guardian -- que pagou a sua viagem à Alemanha. David pode ter sido usado como um mensageiro numa operação de espionagem, essa é a realidade. Fosse num período de guerra seria fuzilado sem dó nem piedade. Não existem inocentes nessa guerra de poder.

 A figura do mensageiro é usada como técnica de espionagem. Existem várias outras, mas essa é a mais segura, desde que o mensageiro seja treinado para essa tarefa, o que parece não ter sido o caso do brasileiro. Mas, e se a intenção dos envolvidos, inclusive do jornal The Guardian, foi essa mesmo para chamar ainda mais a atenção para o assunto! Ah, aí teríamos que tirar o chapéu para a turma.

O colunista do The Guardian, Gleen, também deveria saber que todos que estão envolvidos com esse episódio estão sob vigilância permanente. Alguém tem duvida disso?    É óbvio, não precisa ser um especialista nesse assunto. É provável que o mensageiro tenha sido seguido desde que saiu do Brasil, já que o encontro com seus interlocutores poderia acontecer até mesmo no interior da aeronave, durante o voo.


Esse episódio do roubo e vazamento dos documentos secretos ainda apresenta pontos obscuros, pois até agora, não se sabe direito a motivação ou motivações do Edward Snawden. Ele pode muito bem ter sido recrutado por uma nação, grupo político ou econômico interessados em causar todo esse imbróglio. Até mesmo os inimigos do presidente Obama. 

domingo, 21 de julho de 2013

SEGURANÇA DO PAPA FRANCISCO

A propósito da vinda do papa Francisco ao Brasil, o ministro Gilberto Carvalho, quando perguntado sobre a preocupação da segurança do pontífice no Rio de Janeiro foi enfático e disse com todas as letras: quem vai cuidar da segurança do papa Francisco será o povo brasileiro. Ai, ai, o povo, coitado, não tem condições de cuidar nem mesmo da sua própria segurança! Esse Gilberto é mesmo um anedotista juramentado. Aliás, esse papo de dizer que o povo brasileiro é cordato, de boa índole é pura conversa prá boi dormir. É só dar uma passadinha de olhos na nossa história e verás que nós somos mesmo é muito violentos. Quantas guerras já tiveram por essas bandas, mesmo? No mínimo uma dezena e, bastante violentas, por sinal. A pior delas teria sido a de Canudos, onde centenas de vidas foram ceifadas pela insensatez e pela ignorância e, também, por falta de estratégia.
 
Segundo relatório recém-divulgado por órgão que acompanha o grau de violência no Brasil e no Mundo, 260 mil pessoas foram assassinadas no Brasil de 2004 a 2007, ou seja, mais que os 12 maiores conflitos ocorridos pelo mundo no mesmo período, que foi de 170 mil mortos. Morreram no Brasil, vitimados pela violência vermelha e, pelas mãos dos seus próprios irmãos, mais do que nas guerras do Iraque, Sudão, Afeganistão, Colômbia, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Índia, Somália, Nepal, Caxemira, Paquistão e Israel. Povo ordeiro, gente boa e cordata, homem cordial, pacato cidadão é nada mais que falácia.

Há um adágio popular que diz: quem fala muito dá bom dia a cavalo. É o caso do ministro Carvalho. Ora, ora, não é absolutamente necessário que haja um atentado contra a vida de um dignitário, que visita o Brasil, para que isso corra mundo afora, de modo sensacional, depondo contra aqueles que deveriam acolhê-lo com o máximo de cuidado e não o fizeram por falta de planejamento e desleixo. Bastaria uma tomatada nas vestes alvas do Santo-Padre para que o Brasil venha a se tornar o lugar de todos os infortúnios. Daí, meus caros, adeus copa do mundo, adeus olimpíadas e adeus o desejo que se tem de que esse Brasil velho de guerra venha a se tornar um País civilizado de verdade.

Esse assunto, segurança, deveria ficar para os entendidos. Aliás, neste País o que não falta mesmo é gente entendida em tudo. Temos especialista para todos os gostos. Mas não, todos dão palpites em tudo e sobre qualquer assunto. No meu entender, os ministros da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), respectivamente José Eduardo Cardoso e general José Elito, seriam esses entendidos, pois têm sobre seus comandos a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência, os dois principais organismos e mais importantes no campo da Segurança Pública e da Segurança de Estado. Sem falar nas Forças Armadas que têm atribuições definidas. Entretanto, não é o que vemos, nesse caso em particular.

Os órgãos de inteligência têm que se antecipar aos fatos; agir depois que os fatos ocorreram de nada adianta. É preciso que sejam pró-ativos. Se não, não justifica suas existências. As coisas acontecem exatamente quando todos acham que a situação está sob controle e, isso, é a historia quem ensina.
O papa João Paulo II foi alvejado quando desfilava em carro aberto, sem proteção, por ação de um louco que estaria a serviço de Moscou. Naquela quadra, o Santo-Padre travava uma guerra contra o comunismo. Hoje, não se tem conhecimento de nenhum movimento contrario à figura do pontífice, embora exista descontentes, até mesmo dentro da sua própria casa, o Vaticano, onde, segundo se sabe, tem provocado algumas mudanças que, de certo, têm desagradado muita gente. Esse fato já seria justificativa suficiente para que a sua segurança, do papa, fosse levada a sério.

No Brasil, para aqueles que desconhecem, já houve atentado contra a pessoa do presidente da República. Isso foi no final da Guerra de Canudos, quando o presidente se deslocava, junto com a sua comitiva para o cais do porto, com o objetivo de receber as tropas que retornavam da Guerra. Um militar de baixa patente avançou contra o presidente com uma garrucha e, imediatamente foi desarmado pelo Ministro da Guerra. Este, ao lhe dar as costas em seguida foi atingido por uma punhalada fatal. O chefe da Casa- militar também foi atingido, mas, felizmente sobreviveu.


A citação do episódio, acontecido há mais de 100 anos, é só para lembrar que ninguém está livre de sofrer um atentado, nem aqui  e nem em qualquer outro lugar do Mundo, principalmente os que exercem algum tipo de liderança. Portanto, é bom lembrar que  caldo de galinha, chá de camomila e água benta não fazem mal a ninguém. Já o falatório de gente como Gilberto Carvalho, o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, têm todos os ingredientes para contribuir para uma tragédia, pois o excesso de confiança repassado por  autoridades tal como àquelas, faz com que as medidas de segurança sejam relaxadas e, é aí que as coisas acontecem. Aliás, não foi o próprio ministro quem disse ano passado que neste ano o bicho ia pega!? Pois é isso aí. Depois não adianta chorar o leite derramado e nem virem para a frente da televisão dizer que foram surpreendidos.   

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O ESPÍRITO DE ODORICO PARAGUAÇU CONTINUA EM BRASÍLIA

No que pese a importância do assunto predominante em Brasília (espionagem dos Estados Unidos), as autoridades a bater cabeça e, sem saber direito como encaminhar o assunto. Num terreno que desconhecem, deixam transparecer o amadorismo latente.  Há uma máxima na Marinha de Guerra que ensina: em matéria de Esquadra não se improvisa. Pois é exatamente o que vem ocorrendo, a improvisação.

Vejam se não é mesmo uma coisa meio que deprimente. Paulo Bernardes, ministro das Comunicações, durante uma entrevista para a TV Estadão, no dia de ontem (10) foi surpreendido pelo telefonema da Presidente Dilma, exatamente quando informava que as comunicações entre os membros do governo eram seguras. Foi riso geral, principalmente quando o ministro perguntou se o telefone era o do sistema criptografado. Se o telefone fazia parte do “sistema seguro” não fica claro na matéria jornalística.

É verdade que o governo possui um sistema criptografado para comunicações entre autoridades. Só não se sabe se estas o usam. O que acontece, por outro lado, é o desleixo, o não acreditar que tem sempre alguém à espreita e, deitam falação sobre tudo, ou seja, não levam a sério. Só depois que a “casa cai” entram em pânico, tal como se verifica nesta quadra.

O governo conta com um Serviço de Inteligência, tal como qualquer país desenvolvido do Mundo. Trata-se da Agência Brasileira de Inteligência (ABIn) que possui em seus quadros os mais qualificados profissionais da área. Entretanto, parece que o governo não o leva muito a sério. Vejam que essa Instituição está sob o comando do General José Elito Carvalho Siqueira , chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que, segundo dizem, não é recebido regularmente pela Presidente Dilma há muito tempo. Não se sabe se isso é mesmo verdade, mas, se for, é um problema grave e sério, ao meu entender. Segundo fontes autorizadas, Elito  não gosta muito da ABIn e, muito menos da atividade de Inteligência.  Chega a desdenhar do trabalho da própria Agência que comanda. Não é bem visto pelos oficiais de inteligência, os quais já lhe mandaram um recado curto e grosso: “não pertencemos à tropa do Elito.”

A Presidente e seus assessores mais diretos parecem que também não levam muito a sério esse negócio de Inteligência. Aliás, dizem que o partido ao qual pertence a Presidente tem um serviço de informações próprio. Eu duvido muito que isso seja verdade. O máximo que pode existir é um departamento de futricas e fofocas, o que é muito diferente, diga-se. Se a Mandatária levasse um pouco mais a sério essa questão, já teria colocado a ABIn junto ao seu gabinete e nomeado para chefiá-la alguém mais afinado com essa atividade, deixando o general Elito somente com o GSI, o que seria mais condizente com o seu perfil. Não quero dizer aqui que não seja competente, só que não se identifica com a área de inteligência. Isso é o que se pensa sobre ele na Instituição ABIn.

Chamo a atenção para fato de a ABIn possuir na sua estrutura  um Departamento de Contra-Inteligência, que é responsável para agir nesses casos, pois é esse Departamento que cuida diretamente da proteção dos conhecimentos obtidos pela área de Inteligência, ou seja o dado negado. Esse dado negado, no jargão da Inteligência, é aquela informação que não circula nos meios abertos, nas fontes abertas, tais como imprensa e redes sociais, por exemplo.  É, portanto, o que realmente interessa para os elementos antagônicos.

A informação, desde há muito tempo, tem sido a alma do negocio. Quem não tiver essa percepção, já perdeu! Não faz muito tempo, em fevereiro de 2008, a Petrobrás teve vários computadores que armazenavam informações sobre o pré-sal roubados no Rio de Janeiro. Na época ninguém levou muito a sério. Hoje, a Petrobras está literalmente quebrada. Será que aquele roubo foi fruto de coincidência? Acredite quem quiser, mas, coincidências também são planejadas.


O traidor, Eduard Snowden, responsável por todo esse imbróglio, está todo pimpão, fazendo a sua política de vítima. Hoje (11), aparece nas principais manchetes de jornais do Mundo, acompanhado de representantes de ONGs de Direitos Humanos, alegado perseguição. Essa é a clássica história do sujeito que depois de assassinar os pais, alega como atenuante em sua defesa, o fato de ser órfão de pai e mãe.  Enquanto isso, aqui, abaixo da linha do Equador, os ânimos continuam acirrados contra os Estados Unidos. Só falta mesmo uma declaração de guerra. Do mais, viva a Sucupira.