Por Jailson S. Dantas
A detenção do brasileiro David
Miranda no aeroporto de Heathrow, na Inglaterra, no último domingo (18), trás
de volta os ministérios da Guerra fria, período que inspirou escritores e cineastas
e que fez a festa das bilheterias dos cinemas pelo mundo afora. Trata-se do
companheiro do jornalista Glenn Greenwald que foi o responsável pela divulgação
dos documentos secretos surrupiados da Agência Nacional de Segurança dos
Estados Unidos da América, pelo traidor Edward Snowden. Sim, Snowden é um traidor
da sua pátria. Um herói para os inimigos dos EUA, sem dúvida. Herói também para
os que vêem essa questão como uma luta entre Davi e Golias. Um sujeito fracote, com cara de nerd, que
coloca um gigante como os EUA de joelhos, para o deleite dos anti-americanistas
de ocasião. Coisa de filme, mesmo.
O jornalista Gleen Greenwald, ao
contrario, cumpriu o seu dever de fazer publicar o que achou ser uma notícia
relevante para os leitores do jornal para o qual trabalha. Até aí tudo dentro
dos conformes como manda a ética jornalística. Entretanto, a partir do momento
em que seu companheiro foi detido pela polícia, portando documentos secretos
roubados, perdeu a compostura e ameaçou aqueles que-- no seu entender estariam
a lhe perseguir-- com mais dados e, desta feita, dados com maior potencial
destrutivo.
Um jornalista tem o dever e a obrigação de
publicar tudo o que conseguiu levantar durante suas investigações, e não
somente publicar aquelas que lhes convier, guardando um tantinho para serem
publicadas quando a situação se lhes apresentar mais favorável. Isso não é
jornalismo, convenhamos.
Greenwald envolver uma pessoa que
não é do meio, pelo menos foi o que deixou transparecer nas suas entrevistas --
sequer era funcionário do jornal The Guardian -- que pagou a sua viagem à
Alemanha. David pode ter sido usado como um mensageiro numa operação de
espionagem, essa é a realidade. Fosse num período de guerra seria fuzilado sem
dó nem piedade. Não existem inocentes nessa guerra de poder.
A figura do mensageiro é usada como técnica de
espionagem. Existem várias outras, mas essa é a mais segura, desde que o
mensageiro seja treinado para essa tarefa, o que parece não ter sido o caso do
brasileiro. Mas, e se a intenção dos envolvidos, inclusive do jornal The
Guardian, foi essa mesmo para chamar ainda mais a atenção para o assunto! Ah,
aí teríamos que tirar o chapéu para a turma.
O colunista do The Guardian,
Gleen, também deveria saber que todos que estão envolvidos com esse episódio
estão sob vigilância permanente. Alguém tem duvida disso? É
óbvio, não precisa ser um especialista nesse assunto. É provável que o
mensageiro tenha sido seguido desde que saiu do Brasil, já que o encontro com
seus interlocutores poderia acontecer até mesmo no interior da aeronave,
durante o voo.
Esse episódio do roubo e
vazamento dos documentos secretos ainda apresenta pontos obscuros, pois até
agora, não se sabe direito a motivação ou motivações do Edward Snawden. Ele
pode muito bem ter sido recrutado por uma nação, grupo político ou econômico
interessados em causar todo esse imbróglio. Até mesmo os inimigos do presidente
Obama.
É isso mesmo. Se ele estava transportando os dados, que o governo americano alega terem sido roubados, considero correta a detenção dele. Para mim, naquele momento, o David estaria fazendo parte do grupo do Snowden, que deve responder por seus atos na justiça americana.
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