domingo, 21 de julho de 2013

SEGURANÇA DO PAPA FRANCISCO

A propósito da vinda do papa Francisco ao Brasil, o ministro Gilberto Carvalho, quando perguntado sobre a preocupação da segurança do pontífice no Rio de Janeiro foi enfático e disse com todas as letras: quem vai cuidar da segurança do papa Francisco será o povo brasileiro. Ai, ai, o povo, coitado, não tem condições de cuidar nem mesmo da sua própria segurança! Esse Gilberto é mesmo um anedotista juramentado. Aliás, esse papo de dizer que o povo brasileiro é cordato, de boa índole é pura conversa prá boi dormir. É só dar uma passadinha de olhos na nossa história e verás que nós somos mesmo é muito violentos. Quantas guerras já tiveram por essas bandas, mesmo? No mínimo uma dezena e, bastante violentas, por sinal. A pior delas teria sido a de Canudos, onde centenas de vidas foram ceifadas pela insensatez e pela ignorância e, também, por falta de estratégia.
 
Segundo relatório recém-divulgado por órgão que acompanha o grau de violência no Brasil e no Mundo, 260 mil pessoas foram assassinadas no Brasil de 2004 a 2007, ou seja, mais que os 12 maiores conflitos ocorridos pelo mundo no mesmo período, que foi de 170 mil mortos. Morreram no Brasil, vitimados pela violência vermelha e, pelas mãos dos seus próprios irmãos, mais do que nas guerras do Iraque, Sudão, Afeganistão, Colômbia, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Índia, Somália, Nepal, Caxemira, Paquistão e Israel. Povo ordeiro, gente boa e cordata, homem cordial, pacato cidadão é nada mais que falácia.

Há um adágio popular que diz: quem fala muito dá bom dia a cavalo. É o caso do ministro Carvalho. Ora, ora, não é absolutamente necessário que haja um atentado contra a vida de um dignitário, que visita o Brasil, para que isso corra mundo afora, de modo sensacional, depondo contra aqueles que deveriam acolhê-lo com o máximo de cuidado e não o fizeram por falta de planejamento e desleixo. Bastaria uma tomatada nas vestes alvas do Santo-Padre para que o Brasil venha a se tornar o lugar de todos os infortúnios. Daí, meus caros, adeus copa do mundo, adeus olimpíadas e adeus o desejo que se tem de que esse Brasil velho de guerra venha a se tornar um País civilizado de verdade.

Esse assunto, segurança, deveria ficar para os entendidos. Aliás, neste País o que não falta mesmo é gente entendida em tudo. Temos especialista para todos os gostos. Mas não, todos dão palpites em tudo e sobre qualquer assunto. No meu entender, os ministros da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), respectivamente José Eduardo Cardoso e general José Elito, seriam esses entendidos, pois têm sobre seus comandos a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência, os dois principais organismos e mais importantes no campo da Segurança Pública e da Segurança de Estado. Sem falar nas Forças Armadas que têm atribuições definidas. Entretanto, não é o que vemos, nesse caso em particular.

Os órgãos de inteligência têm que se antecipar aos fatos; agir depois que os fatos ocorreram de nada adianta. É preciso que sejam pró-ativos. Se não, não justifica suas existências. As coisas acontecem exatamente quando todos acham que a situação está sob controle e, isso, é a historia quem ensina.
O papa João Paulo II foi alvejado quando desfilava em carro aberto, sem proteção, por ação de um louco que estaria a serviço de Moscou. Naquela quadra, o Santo-Padre travava uma guerra contra o comunismo. Hoje, não se tem conhecimento de nenhum movimento contrario à figura do pontífice, embora exista descontentes, até mesmo dentro da sua própria casa, o Vaticano, onde, segundo se sabe, tem provocado algumas mudanças que, de certo, têm desagradado muita gente. Esse fato já seria justificativa suficiente para que a sua segurança, do papa, fosse levada a sério.

No Brasil, para aqueles que desconhecem, já houve atentado contra a pessoa do presidente da República. Isso foi no final da Guerra de Canudos, quando o presidente se deslocava, junto com a sua comitiva para o cais do porto, com o objetivo de receber as tropas que retornavam da Guerra. Um militar de baixa patente avançou contra o presidente com uma garrucha e, imediatamente foi desarmado pelo Ministro da Guerra. Este, ao lhe dar as costas em seguida foi atingido por uma punhalada fatal. O chefe da Casa- militar também foi atingido, mas, felizmente sobreviveu.


A citação do episódio, acontecido há mais de 100 anos, é só para lembrar que ninguém está livre de sofrer um atentado, nem aqui  e nem em qualquer outro lugar do Mundo, principalmente os que exercem algum tipo de liderança. Portanto, é bom lembrar que  caldo de galinha, chá de camomila e água benta não fazem mal a ninguém. Já o falatório de gente como Gilberto Carvalho, o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, têm todos os ingredientes para contribuir para uma tragédia, pois o excesso de confiança repassado por  autoridades tal como àquelas, faz com que as medidas de segurança sejam relaxadas e, é aí que as coisas acontecem. Aliás, não foi o próprio ministro quem disse ano passado que neste ano o bicho ia pega!? Pois é isso aí. Depois não adianta chorar o leite derramado e nem virem para a frente da televisão dizer que foram surpreendidos.   

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