O episódio de espionagem dos Estados
Unidos no Brasil, denunciado pelo traidor Edward Snowden, indivíduo que se
denomina patriota convicto, mais parece uma patacoada típica de Odorico Paraguaçu,
personagem encarnado pelo falecido ator Paulo Gracindo, na novela o Bem-Amado, também
falecido Dias Gomes. Ora, ora, todo mundo sabe, ou pelo menos os mais
esclarecidos deveriam saber, que a espionagem é profissão tão antiga quanto a prostituição. E
não seria matéria para o alvoroço tal como se verifica no momento.
Tanto o Executivo quanto o Legislativo tiveram
um surto de patriotismo jamais visto por estas bandas. As declarações são as
mais absurdas possíveis e, criaram até, uma comissão para investigar como isso
aconteceu. O senado já propõe a
instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI. Está mais para cortina
de fumaça, que visa engambelar os protestos das ruas. O resultado já pode ser
divulgado desde já: nenhum.
A primeira pergunta que se deve
fazer à Dilma Rousseff é se o Brasil mantém algum escritório de representação
da Agência Brasileira de Inteligência ABIN [ ABIN é o equivalente do Brasil à CIA
dos Estados Unidos] em algum país, incluído aí os Estados Unidos. Se a Presidente
negar, estará mentindo e, se confirmar cairá em contradição. Digo isto porque existe
cooperação entre vários países com o Brasil no campo da Inteligência. Não ouvi,
em nenhum momento, diga-se, o nome da ABIN ser mencionado. Isso soa meio
esquisito, não é mesmo? Muitos assessores presidenciais foram acionados, mas
nenhum deles parece-me, ter a competência necessária para discutir o assunto, com
o conhecimento de causa exigido. Nesse
particular é preciso ter cautela, pois não se sabe quais os reais interesses
que estão em jogo, até agora.
É preciso dizer que assim como
existe a Inteligência existe também a Contra-Inteligência. Esta última se
destina, principalmente, a proteger o Conhecimento e identificar os que desejam
acessá-los, neutralizando-os em seguida. Esse “patriota” pode muito bem ter
sido vítima de alguma Agencia de Inteligência interessada em causar toda essa celeuma
internacional. E se foi isso mesmo que aconteceu, jamais saberemos, mas, que
foi competente, ah, isso foi.
Outra coisa que é bom lembrar é
que não há amizade entre países. O que existe mesmo são interesses comerciais,
negócios. Vejam que o Brasil vem há
tempos negociando a compra de aviões-caças, submarinos nucleares, equipamentos
para a Marinha Brasileira e outros tipos de equipamentos para o projeto do trem-bala.
Sem falar em outros para foguetes e satélites
de comunicação. São muitos bilhões em jogo.
Ainda está vivo na memória dos
brasileiros o episódio que destruiu a plataforma de lançamento de foguetes em
Alcântara, no Maranhão, no dia 22 de agosto 2003, quando morreram 21 dos
melhores cientista e engenheiros envolvidos no projeto do foguete VLS-1. Não se
ouviu nenhum “patriota” pedir uma CPI para investigar tudo aquilo que aconteceu.
Muito menos uma comissão governamental no mesmo sentido.
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