terça-feira, 31 de julho de 2012

Simplesmente Joana

Sobre Joana Barbosa.Soube que Joana havia sido atropelada e morta. Mas, felizmente ela está viva. Recebi informações de um seu irmão que mora em Catu-BA, local de origem da Joana,  que ela foi localizada pela família e, agora, se encontra sob seus cuidados. Graças a Deus Joana está viva.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ASSASSINATO E VILIPÊNDIO NO CAMPO-SANTO NA CAPITAL FEDERAL

Na tarde da última terça-feira (17), um policial federal foi assassinado quando visitava o túmulo do pai, no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Os assassinos não tiveram respeito pelo ambiente em que se encontrava a vítima, ou seja, o lugar do qual se costuma dizer que reina a paz das catacumbas. Seria apenas mais um ato de violência cometido contra um cidadão, fato que se tornou rotina na Capital Federal, não fosse o policial um dos que participaram da Operação Monte Carlo, aquela que levou o contraventor Carlinhos Cachoeira à cadeia e o afastamento da política de um senador da República.
Ainda é muito cedo para se concluir que foi um crime de mando, mas, pelo modus operandi dos sicários, não fica difícil traçar hipóteses. A área onde se encontra o cemitério- Setor Policial Sul- fica distante cerca de oitocentos metros da Sede da Superintendência da Polícia Federal, aproximadamente trezentos do QG da Polícia Militar e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ficam em frente ao cemitério. Ao lado ainda se encontra uma Delegacia de Polícia Civil. Assim, podemos concluir, sem medo de errar, que pelo ambiente circulam muitos policiais. Não se trata, todavia, de área isolada aonde qualquer bandidinho pés- de- chinelo iria cometer crime tão bárbaro.
Essa violência aponta para crime praticado por profissionais do ramo.  Entretanto, só a conclusão da Perícia poderá confirmar ou não essa tese. Leve-se em consideração, ainda, que somente o veículo da vítima foi levado. A arma e a carteira foram deixados para trás.  Pelo histórico de roubos de veículos raramente um carro é roubado tendo os bandidos usado de tamanha violência. Foram dois tiros na cabeça, sem dó nem piedade. Não será nenhuma surpresa se amanhã o carro da vítima for encontrado queimado, como é praxe nesse tipo de crime.

 Num artigo que postei anteriormente neste mesmo espaço, sobre a Operação Monte Carlo, eu dizia que só estava faltando mesmo um assassinato, para se ter um cenário completo de como o Crime Organizado se estabeleceu com todos os seus ingredientes maléficos: da compra de políticos, fraudes em concorrência pública, prostituição, roubo do dinheiro público, jogatina. Caso se confirmem as suspeitas, o circúlo se fecha. O assassinato, como se sabe, é a mão pesada do crime, usada para intimidar as autoridades.
O juiz do caso já pediu para sair e, nesse momento, já deve estar fora do Brasil, se cumpriu o que ele mesmo declarou. A violência em Brasília é algo assustador. As pessoas evitam sair de suas casas depois que anoitece em Brasília. Elas procuram todo tipo de barreira para evitar o ataque dos bandidos que não têm hora para agir, porém todo o esforso tem se tornado em vão. Já se tornaram corriqueiros os assaltos a lojas em shopping-centers. Isso sem falar nos estupros e os chamados sequestros-relâmpagos. A população se tranca com grades em suas próprias casas enquanto a súcia de bandidos está livre. É um paradoxo, temos que admitir. Não há lugar seguro, nem mesmo no cemitério, onde o sossego deveria reinar. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

DEMÓSTENES TORRES NÃO TRABALHA MAIS AQUI

Por: Jailson S. Dantas
Parafraseando o filme de Marti Scorcese, Alice não mora mais aqui, é que inicio esta digressão sobre o episódio que levou à cassação do senador Demóstenes Torres, agora ex-senador, neste 11 de julho, quarta-feira, para alívio geral daqueles que pregam e professam a ética nos negócios públicos. Não vejo o processo que o levou à cassação, bem como sua agonia para livrar-se das acusações de quebra do decoro, com regozijo, e sim, com profunda tristeza, pois nenhum homem é uma ilha.
 Senti seu desespero em tentar provar sua inocência de lobo em pele de cordeiro, porém todo seu esforço foi em vão e acabou defenestrado do Senado, Casa por onde passaram grandes figuras políticas da nação, tais como Ruy Barbosa, Afonso Arinos de Mello Franco, Petrônio Portela, Jarbas Passarinho, e outros mais. O que sinto, na verdade, é vergonha por ele, por mais estranho que isso possa parecer.  Eu, como tantos outros brasileiros que tínhamos respeito e admiração pelo trabalho que desenvolvia sempre à frente dos seus pares, tal a sua expertise nos assuntos que discutia, fomos enganados.
Demóstenes defendia causas e ideias que, nenhum outro senador talvez tivesse a coragem de defendê-las. Parecia-nos, tratar-se de um homem destemido e, diga-se, digno de todo o respeito. Mas, ao contrário, não passava de um lambe-botas de um contraventor, dublê de empresário, alcunhado Carlinhos cachoeira. Este, ao contrario do ex-senador e da Alice do filme, ainda mora por aqui e seu endereço atual é o Presídio da Papuda, em Brasília.
O renomado político goiano, durante o período em que se desenrolava a CPMI, andava acabrunhando, esgueirando-se pelos cantos e pouco aparecia no Senado, mas, ao se aproximar a data fatídica, ao contrário, compareceu diariamente ali e desandou a fazer discursos acalorados para um plenário vazio, se defendendo do indefensável. Na tentativa vã de salvar a própria pele comparou-se a Jesus Cristo, acusou a imprensa, pediu clemência; mas nada disso adiantou. Não conseguiu o que queria. Porém, seu esforço não foi totalmente em vão, granjeou simpatias e conseguiu 19 votos a seu favor. O resultado foi 56 votos pela cassação, cinco abstenções e um senador que não compareceu. É evidente que aqueles que votaram contra a cassação o fizeram sob o manto espúrio do voto secreto, cujo tempo de vida tende a encurtar a cada vez que um episódio desses acontece. Desde o dia 7 de setembro do ano passado (2011), marco das passeatas contra a corrupção no Brasil, que o fim do voto secreto está em pauta. Vamos esperar para ver.
No inicio desse processo postei um comentário a respeito da Operação Monte Carlo, neste mesmo espaço, onde eu dizia que, o agora ex-senador Demóstenes posava de homem sério, guardião da lanterna de Diógenes de Sinope, filósofo grego que perambulava pelas ruas de Atenas com uma lanterna na mão em busca de um homem verdadeiro, honesto.  Com essa atitude enganou a muitos de boa fé, por outro lado, também, ganhou muitos desafetos no Senado, fato que contribuiu, provavelmente, para o resultado que se viu ao final. De minha parte, já vai tarde, Demóstenes! Agora, faltam os outros...
Brasília, 11 de julho de 2012.