quarta-feira, 18 de julho de 2012

ASSASSINATO E VILIPÊNDIO NO CAMPO-SANTO NA CAPITAL FEDERAL

Na tarde da última terça-feira (17), um policial federal foi assassinado quando visitava o túmulo do pai, no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Os assassinos não tiveram respeito pelo ambiente em que se encontrava a vítima, ou seja, o lugar do qual se costuma dizer que reina a paz das catacumbas. Seria apenas mais um ato de violência cometido contra um cidadão, fato que se tornou rotina na Capital Federal, não fosse o policial um dos que participaram da Operação Monte Carlo, aquela que levou o contraventor Carlinhos Cachoeira à cadeia e o afastamento da política de um senador da República.
Ainda é muito cedo para se concluir que foi um crime de mando, mas, pelo modus operandi dos sicários, não fica difícil traçar hipóteses. A área onde se encontra o cemitério- Setor Policial Sul- fica distante cerca de oitocentos metros da Sede da Superintendência da Polícia Federal, aproximadamente trezentos do QG da Polícia Militar e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ficam em frente ao cemitério. Ao lado ainda se encontra uma Delegacia de Polícia Civil. Assim, podemos concluir, sem medo de errar, que pelo ambiente circulam muitos policiais. Não se trata, todavia, de área isolada aonde qualquer bandidinho pés- de- chinelo iria cometer crime tão bárbaro.
Essa violência aponta para crime praticado por profissionais do ramo.  Entretanto, só a conclusão da Perícia poderá confirmar ou não essa tese. Leve-se em consideração, ainda, que somente o veículo da vítima foi levado. A arma e a carteira foram deixados para trás.  Pelo histórico de roubos de veículos raramente um carro é roubado tendo os bandidos usado de tamanha violência. Foram dois tiros na cabeça, sem dó nem piedade. Não será nenhuma surpresa se amanhã o carro da vítima for encontrado queimado, como é praxe nesse tipo de crime.

 Num artigo que postei anteriormente neste mesmo espaço, sobre a Operação Monte Carlo, eu dizia que só estava faltando mesmo um assassinato, para se ter um cenário completo de como o Crime Organizado se estabeleceu com todos os seus ingredientes maléficos: da compra de políticos, fraudes em concorrência pública, prostituição, roubo do dinheiro público, jogatina. Caso se confirmem as suspeitas, o circúlo se fecha. O assassinato, como se sabe, é a mão pesada do crime, usada para intimidar as autoridades.
O juiz do caso já pediu para sair e, nesse momento, já deve estar fora do Brasil, se cumpriu o que ele mesmo declarou. A violência em Brasília é algo assustador. As pessoas evitam sair de suas casas depois que anoitece em Brasília. Elas procuram todo tipo de barreira para evitar o ataque dos bandidos que não têm hora para agir, porém todo o esforso tem se tornado em vão. Já se tornaram corriqueiros os assaltos a lojas em shopping-centers. Isso sem falar nos estupros e os chamados sequestros-relâmpagos. A população se tranca com grades em suas próprias casas enquanto a súcia de bandidos está livre. É um paradoxo, temos que admitir. Não há lugar seguro, nem mesmo no cemitério, onde o sossego deveria reinar. 

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