Tenho acompanhado os jogos
de campeonatos de futebol pelo País, e, confesso que tenho ficado estarrecido
com as apresentações do Hino Nacional, principalmente nessa temporada de
inaugurações dos novos e caros estádios de futebol. Nada contra os artistas que
os apresenta, mas pela falta de respeito com que os Símbolos Nacionais têm sido tratados, na atual conjuntura, e, olha que não é só o Hino, não!
Os Símbolos Nacionais são: o
Selo Nacional, o Pavilhão Nacional, as Armas da República e o Hino Nacional.
Não necessariamente nesta ordem.
Sou do tempo em que cantar o
Hino Nacional causava arrepio. Eu sabia cantá-lo do princípio ao fim, sem errar
nenhuma estrofe. Hoje já não me atreveria a fazê-lo. Teria que treinar um
pouco. Sou do tempo em que – e nem faz tanto tempo assim-, nas solenidades
cívicas nosso Hino era cantado e acompanhado por bandas das Polícias Militares, dos
Fuzileiros Navais, do Exército Brasileiro ou até mesmo por retretas das pequenas
cidades do interior. Não sei o que está acontecendo! Não sei se é alguma coisa
do tipo (que está muito na moda) rejeição às fardas, à caserna ou, talvez, ideia de
alguma mente iluminada que achou por bem inovar, inventar a roda, para agradar
multidões. Isso tem levado a que muita
gente desligue seus aparelhos ou mesmo troquem de canal, enquanto aguardam a “banda”
passar. Ah, eu só queria saber se esses artistas estão sendo pagos, pelas
apresentações que fazem?!.
Ainda está na memória de muitos o vexame que a
cantora Vanusa deu ao tentar cantar o Hino Nacional numa abertura de solenidade
importante, em São Paulo. É por isso que entendo acho que já está passando da hora
de retornarem à maneira como imaginaram seus criadores: Joaquim Osório Duque Estrada
e Francisco Manoel da Silva, lá pelos idos de 1922. Convém lembrar que o dia 13
de abril é a data do aniversário do Hino. Será que alguém lembrou? Duvido! Veja aí abaixo o vídeo da Vanusa
Seria de bom tom que durante
essas datas festivas que vêm por aí, em que o Brasil estará exposto aos olhos
do Mundo, que o nosso Hino fosse entoado de forma solene, num esforço para mostrar
quão lindo ele é. Na sua letra não há nenhuma agressão sequer, ao contrário de
outros, que pregam o ódio aos inimigos, por exemplo. Muitos o acham ufanista até demais. É bem
verdade que é um pouco difícil de ser cantado, e, quando a isso, não há dúvida.
O Hino Nacional serve
para elevar o moral de uma tropa, de uma multidão que se aglomera num mesmo
objetivo patriótico. O que não seria o caso das torcidas, que deveriam, no
caso, cantar seus respectivos hinos, ficaria mais emocionante. Mas acontece que,
da maneira como vem sendo executado, antes de servir como estimulo, traz o
desânimo, a sonolência e o medo da derrota. Do jeito que a coisa vai, meus
caros, logo estarão executando o Hino no balanço do rappa, ou até mesmo uma
convocação o Carlinhos Brown (aquele da caxirola) para compor um novo hino que
esteja mais de acordo com os novos tempos. Nada contra, nem a este nem àquele.
Escute esta execução com a Marcha Batido de Antão Fernandes
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